Recentemente
eu estou sendo inundado por material de Star Wars. Tudo de maneira voluntária,
mas tenho total noção de que não quisesse ver nada sobre o universo criado por
George Lucas eu teria que me enfiar em algum buraco na Cochinchina sem wifi e
com 3G da Tim.
E de
todos esses materiais, o motivo para escrever esse texto veio do material mais
despretensioso possível: um caderno do R2-D2. Meu pai passou em uma livraria e
viu a capa que lhe chamou a atenção, algo que o fez lembrar de mim. Após me
presentear, ele avisou “tem uma surpresa dentro, um pôster!”.
Obrigado pai. graças à esse caderno eu percebi muitas coisas boas sobre o novo universo Star Wars |
Quando
abri o papel dobrado em 4 partes, percebi que se tratava de um pôster dupla
face, onde cabia obviamente ao comprador decidir qual mais lhe agradava. De um
lado o Yoda da trilogia ruim (já que o episódio VII inicia uma nova trilogia,
podemos oficialmente nos referir à trilogia de Anakin como a “trilogia ruim”).
Saltitante, como aquela pulga verde que vimos no ataque dos clones e a vingança
do sith. Bem no cantinho, quase imperceptível, o imponente yoda de o retorno de
jedi. Aquele mesmo que proferiu “guerras não fazem ninguém grande” e “faça ou
não faça. Tentativa não há” entre tantas outras que eu poderia passar o dia
recitando.
judge me by my size, do you? |
Do
outro lado temos Darth Vader, o vilão mais icônico da cultura pop. Imponente
com seu sabre de luz vermelho, acompanhado por uma bela imagem do seu duelo com
Luke em o retorno de Jedi. Minha escolha foi óbvia, Lorde Vader agora enfeita a
porta do meu armário. E, após grudar o pôster na parede, me peguei pensando em
como era horrível usar o Yoda guerreiro como propaganda e que a Disney não
deveria fazer isso. Aí bateu mais um pensamento que, apesar de óbvio, anda
passava despercebido pela minha cabeça: A Disney não propagandeia a trilogia
ruim.
OLHA QUE BELEZA DE IMAGEM,GENTE! |
“Ah,
mas esse caderno?” vocês me perguntam. O caderno é um produto da Jandaia, que
obviamente licenciou o produto e tem uma série de imagens abertas pra usar e
fazer seu caderno pra vender mais a obra de George Lucas. Essa é a hora em que eu separo o texto em
tópicos pra não me perder.
As atitudes.
Assim
que comprou a marca Star Wars, a Disney tomou uma atitude bem polêmica.
Cancelou a exibição dos filmes em 3D que seriam feitas anualmente e também cancelou
todos os jogos referente à marca que estavam por sair. É bom lembrar que a
Ameaça fantasma já tinha saído e isso foi uma decisão que encerrou uma
atividade já em andamento, assim como a produção de diversos jogos.
Em
seguida a empresa de Mickey Mouse jogou outra bomba no colo dos fãs: Não existe
mais universo expandido. Não e nem preciso dizer que fóruns online e redes
sociais inundaram de choro e frases como “A trilogia Trhawn não vale mas nada!”
“Vocês estão matando histórias consolidadas por décadas” e outras coisas do
tipo.
Pouco
tempo depois, foi anunciado que a série Clone Wars seria cancelada, dando lugar
para Rebels, série animada sobre os rebeldes antes da batalha de Yavin, criando
um backgorund para a batalha que acontece durante uma nova esperança.
Vocês
percebem aonde estou chegando não é?
O fim de Leia escrava.
o sonho dos onanistas |
Esse
pode parecer um tópico arriscado, mas eu sou muito favorável ao fim da
comercialização de produtos referentes à escravização de Leia pelo nosso
querido Jabba.
“Mas
que imbecil, deve ser bem feminista. Essa cena não mostra a Leia como fraca,
ela mata o Jabba com as próprias mãos! Ela foi feita prisioneira por ele, por
isso está vestida assim! Você obviamente não entendeu o filme”.
Sosseguem
o facho, não precisam despejar toda sua raiva em cima de mim. Raiva muito mal
usada inclusive. Cheguei a ver uns animais falarem como se a cena fosse banida dos filmes, algo que nunca
aconteceu e nem vai acontecer. E convenhamos, se fosse pra tirar algo do
Retorno de Jedi, que tirasse aquela terrível banda do covil do Jabba que foi
adicionada em uma das trilhões de alterações feitas por George Lucas.
O
que foi feito foi apenas tirar o merchandising feito em cima da imagem da Leia
escrava. E antes que os revoltados online achem que isso é esquerdopatia e
feminazismo, deixe eu te dizer que isso foi uma jogada muito inteligente. Você
não quer vender a imagem sexualizada da personagem. O público que se excita com
isso já é seu fã ou simplesmente tem um fetiche muito específico por escravas de
lemas obesas gigantes.
O que a Disney quer é evitar manchetes como aquela que dizia que Jogos Vorazes
era mais esperado que Star Wars. O público é outro, não sou eu nem você, são
jovens de uma geração bem diferente da minha. Felizmente uma geração onde
certos preconceitos e estereótipos negativos não precisam ser reforçados.
Vender uma mulher sensual se biquíni metálico não faria bem e a Disney sabe
disso. É por isso que a imagem da Leia de império contra-ataca é cada vez mais
reforçada, a mulher forte comandando o exército de Rebeldes. Podem reparar
quanto material dessa leia aparece. Até mesmo um tema exclusivo dela pra PS4 os
caras lançaram. O que me leva ao próximo tópico.
Star Wars Battlefront.
Antes
do mais atual jogo ser lançado, já tinham sido feitas duas versões. Os jogos
basicamente tinham o mesmo mote: você é um soldado em uma das várias batalhas
da sextologia. Joga com storm troopers, clone troopers, rebeldes, jedis e
siths.
Battlefront 2 é um jogo quase totalmente dedicado à trilogia ruim |
O
novo jogo não faz nenhum referência aos
3 primeiros episódios da saga. Não tem clone troopers, não tem Anakin, não tem
droids e nem mesmo um cenário mínimo que seja.
O novo Battlefront por sua vez é só pedra 90 |
A
Disney não está infantilizando Star Wars ou matando o universo, como foi
acusada por conta de todas as atitudes que tomou. Ela simplesmente não quer
mais ficar nesse chove não molha de tentar empurrar merchandising da trilogia
ruim para a nova geração. Pelo amor de Deus, os episódios I, II e III são
velhos até mesmo pra essa molecada que lota cinema hoje em dia.
O
que aconteceu foi a coisa mais acertada possível. Algo novo que trás de volta o
sentimento clássico que transformou Star Wars no fenômeno mundial que é. O despertar
da força se trata muito mais do que simplesmente filmes pra uma galera mais
velha. O verdadeiro despertar é trazer todo um novo público que pode consumir
por muito mais tempo que eu ou você. Metaforicamente alando, os protagonistas e
vilões do episódio sete são o público de hoje e toda a referencia aos clássicos
somos nós, passando o bastão para que esses jovens possam ajudar nosso mundo
renascer depois de ano de sofrimento.
Disney,
estou lhe aplaudindo de pé.
pra finalizar, eu deixo o comercial do Wallmart divulgando todos os produtos licenciados de Star Wars que a rede de lojas possui. Se você ficou com preguiça de ler o texto, esse vídeo é o resumo perfeito:
pra finalizar, eu deixo o comercial do Wallmart divulgando todos os produtos licenciados de Star Wars que a rede de lojas possui. Se você ficou com preguiça de ler o texto, esse vídeo é o resumo perfeito: